quarta-feira, 14 de julho de 2010

O jovem numa perspectiva de militância: Rebeldia ?


Segundo o próprio dicionário o rebelde caracteriza por aquele que “ se rebela, que se revolta. Que não obedece: rebelde aos nossos conselhos..... refratários à ação do fogo”. Pelo próprio conceito etimológico percebemos que o rebelde, em outras palavras, é aquele que não conforma-se com o que está posto, refutando o Status Quo*.
Nesse sentido, questiona-se, a rebeldia é um mal? Até que ponto ela é um passo afirmativo para não cair no comodismo? É uma arma contra a alienação? Nota-se, que a rebeldia além de ser pouca discutida pela nossa sociedade gera uma variedade de polêmicas. Além disso, quando o assunto é sobre rebeldia assimila-se rapidamente que estão falando sobre jovens, quando a palavra não se torna sinônimo para os mesmos. Por isso, é importante discutir sobre essa temática, para desmistificando estereótipos.
Eis o dilema de nossos tempos: controlar ou emancipar a juventude. O inconformismo, que caracteriza os jovens, é a força renovadora que move o mundo, mas também algo que incomoda os já acomodados. Acomodados, despreparados ou desconhecendo a realidade do universo juvenil, ambiental, muitos de desqualifica a juventude, vendo-a como um incomodo ou como uma fase de passageira rebeldia. A invés de emancipar, permeia no coração dos outros o desejo de controlar, dominar, moralizar o jovem.
Bravamente, ao longo dos tempos, os jovens resistiram e mantêm acessa a ideia de mudar o mundo. Isto podemos ver pela História, principalmente um dos mais influentes pensadores na sociologia, Karl Marx. Desejam, profundamente, que nossas ideias e mundo sejam uma nota só. Que nossos sonhos são suas ideias em teimosia. Os jovens tem consciência de que precisam controlar seu “fogo ardente”. Mas desejariam que este controle fosse deles, não daqueles que representam qualquer autoridade ( pais, professores, psicólogos , legisladores, juízes, policia). Rejeitam serem pensados pelos outros.
A rebeldia é o sinal de que os jovens continuam sadios, cumprindo com o seu papel de provocador de mudanças. A rebeldia, os olhos do próprio marxismo*, é a atitude de quem quer ser sujeito de sua história, não seu coadjuvante. É preciso compreender a juventude como uma categoria social, que varia no tempo, de sociedade para sociedade. Nesse contexto, é preciso aumentar a disposição para o diálogo e a escuta com os jovens de nosso tempo, procurando compreender que os desejos, sonhos, medos e angústias que nós movem. Pois a busca pelo conceito de juventude deve ser superior aos nossos preconceitos.
Muitas iniciativas da sociedade, de ONGs, entidades ( exemplo trivial disso é o Coletivo Jovem) e igrejas surgiram porque compreender o que o jovem quer, precisam e pedem apoio. Aliás, o jovem nunca dispensaram atitudes de apoio, escuta, compreensão e orientação. A rebeldia tem causas que as justificam como atitude altiva e saudável. A violência e a agressão, em forma de rebeldia, não podem ser toleradas. Por sua vez, rebeldia saudável e protagonista são ingredientes indispensáveis para fomentar as renovações de que a sociedade precisa, ao melhor, renovações quanto ao meio ambiente.
Mas a opção é da sociedade: apostar e emprenhar-se na emancipação e inclusão da juventude ou considerá-la como constante ameaça contra a ordem social. Cada opção tem seu preço.


Status Quo: Expressão latina que quer dizer: estado atual (das coisas, dos fatos, da situação).
Marxismo: O Marxismo é o conjunto de idéias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores.

2 comentários:

  1. Hum, eu bem suponho quem tenha postado esse texto, rs. Alan Ricardo, que sem duvida nasceu para o ato de escrever bem, rs.

    Agora tratando da temática do texto acima, é verdade. O jovem é a força reformadora do Sistema, infelizmente tem sido mortificada pelas drogas e pela indústria do estilo.

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  2. Muito bom!!!!!!!
    Isto vira artigo científico, hein! ideias ótimas e análoga exposição.

    Me arrepiei quando li que sabemos que precisamos controlar nosso fogo ardente, mas queremos nós mesmos fazer isto e não que as instituições da sociedade o façam por nós.

    Lutemos pelo presente que queremos, mas qualquer coisa, já sei que o futuro se garante, pois nosso fogo ardente arde para rumos benéficos e inteligentes, agora!

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